RECIDE Revista Cienca del Centro de Invesgación y Desarrollo
ISSN en línea: 3005-5865 (online), Mes-octubre, 2025, Volumen V, Número 1 – Pág. 264
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Sarauzinho: literatura e brincadeiras mato-grossenses a partir do Projeto
Leitura e Escrita na Educação Infantil – LEEI/MT
Little Literary Gathering: literature and plays from Mato Grosso with the Project
Reading and Writing in Early Childhood Education
Sarauzinho: literatura y juegos de Mato Grosso a partir del proyecto de Lectura y
Escritura en Educación Infantil
Camila Aguilar Busatta
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI
Brasil
aguilar@uri.edu.br
https://orcid.org/0000-0003-2887-7093
Tatiane de Souza Gil
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI
Brasil
proftatigil@gmail.com
https://orcid.org/0000-0003-1111-5519
Neide Rossi
Universidade Federal de Rondonópolis – UFR
Brasil
neiderossi31@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-5605-015
João Vitor Pires Lima de Alcantara Neri
Universidade Federal de Rondonópolis- UFR
Brasil
profjoaovitorneri@gmail.com
https://orcid.org/0009-0007-2520-8384
Artículo recibido: 22 de setiembre de 2025
Aceptado para publicación: 27 de octubre de 2022
Conictos de interés: Ninguno que declarar.
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Resumo
Este relato apresenta experiências desenvolvidas no contexto do projeto Leitura
e Escrita na Educação Infantil (LEEI), implementado e realizado na rede
municipal de ensino de Rondonópolis/MT, com ênfase na vivência do
“Sarauzinho: Literatura e brincadeiras mato-grossenses”. O objetivo foi
apresentar a experiência do Sarauzinho como culminância das ações do
LEEI/MT. A metodologia adotada se baseou na realização de práticas
pedagógicas inspiradas nos princípios do LEEI. As atividades foram organizadas
em sequência ao longo do ano letivo, com mediações literárias, rodas de
conversa, cantigas, produção de textos orais e visuais, dramatizações e
brincadeiras tradicionais. O Sarauzinho contou com a participação das crianças,
professoras e famílias. A experiência evidenciou o protagonismo infantil na
produção de narrativas e expressões artísticas, fortalecendo os vínculos entre
escola, infância e comunidade. Reafirma-se o potencial do LEEI como política
pública voltada à ampliação do repertório cultural e literário na primeira infância,
promovendo práticas de ensino significativas...
Palavras-chave: leitura e escrita na educação infantil; Sarauzinho; cultura
mato-grossense; protagonismo infantil; literatura na infância
Abstract
This report presents experiences developed in the context of the project Reading
and Writing in Early Childhood Education (LEEI), implemented and conducted in
the municipal education system of Rondonópolis/MT, with emphasis on the
experience of the “Little Literary Gathering: literature and plays from Mato
Grosso”. The objective was to present the experience of the Little Literary
Gathering as culmination of the actions of LEEI/MT. The methodology adopted
was based on the attainment of the pedagogical practices inspired on the
principles of LEEI. The activities were organized in sequence along the school
year, with literary intervention, conversation circles, nursery rhymes, production
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of oral and visual texts, dramatization and traditional plays. The Little Literary
Gathering counted with the participation of the kids, teachers and families. The
experience evidenced childhood protagonism in the production of narratives and
artistic expressions, fortifying the connection between school, childhood and
community. It reaffirms the potential of LEEI as a public policy driven for the
cultural and literary repertoire in early infancy, promoting meaningful teaching
practices.
Keywords: reading and writing in early childhood education; Little Literary
Gathering; culture from Mato Grosso; childhood protagonism; literature in
childhood
Resumen
Este estudio presenta experiencias desarrolladas en el contexto del proyecto
Lectura y Escritura en la Educación Infantil (LEEI), implementado y realizado en
la red municipal de educación de Rondonópolis/MT, con énfasis en la
experiencia de “Sarauzinho: Literatura y juegos de Mato Grosso”. El objetivo fue
presentar la experiencia de Sarauzinho como la culminación de las acciones de
LEEI/MT. La metodología adoptada se basó en la implementación de prácticas
pedagógicas inspiradas en los principios del LEEI. Las actividades se
organizaron de forma secuencial a lo largo del año escolar, con mediaciones
literarias, círculos de conversación, canciones, producción de textos orales y
visuales, dramatizaciones y juegos tradicionales. Al Sarauzinho acudieron niños,
profesores y familias. La experiencia destacó el papel protagónico de los niños
y niñas en la producción de narrativas y expresiones artísticas, fortaleciendo los
vínculos entre escuela, infancia y comunidad. Se reafirma el potencial del LEEI
como política pública orientada a ampliar el repertorio cultural y literario en la
primera infancia, promoviendo prácticas docentes significativas.
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Palabras clave: lectura y escritura en educación infantil; Sarauzinho;
cultura de Mato Grosso; protagonismo infantil; la literatura en la infancia.
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Desarrollo - RECIDE publicado en este sitio está disponible bajo
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Cómo citar: Aguilar, C. et al. (2025). Sarauzinho: Literatura e Brincadeiras Mato-
grossenses a partir do Projeto Leitura e Escrita na Educação Infantil – LEEI/MT.
RECIDE, V, (1). 264 – 286
https://www.uticvirtual.edu.py/revista.recide/index.php/revistas/article/view/4
1
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Introdução
A presente pesquisa é um relato de experiência que explana a
vivência de professores no curso de formação Leitura e Escrita na Educação
Infantil (LEEI), na cidade de Rondonópolis/MT, culminando em um projeto
literário das crianças dos quartos e quintos agrupamentos (4 e 5 anos), na
educação infantil.
A formação de professores da educação infantil tem sido fundamentada
em políticas nacionais que envolvem a qualificação docente e a melhoria das
práticas pedagógicas. Um exemplo disso é o curso de Leitura e Escrita na
Educação Infantil (LEEI), no âmbito do Compromisso Nacional Criança
Alfabetizada, que tem o objetivo de atualizar e formar os docentes em relação
às práticas pedagógicas relacionadas à leitura e à escrita desde a primeira
infância, incentivando experiências significativas para as crianças. Trata-se de
uma formação que aborda metodologias por meio de mediações de leitura,
conto e reconto de histórias, escrita espontânea e produções de narrativas de
forma lúdica e interativa.
Segundo Melo et al. (2022), ao se fazer uma retrospectiva, é possível
observar que a educação infantil no Brasil avançou consideravelmente nos
últimos 30 anos. A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB/96), a educação infantil passou a ser considerada a primeira etapa da
educação básica. Em 2013, a Lei n. 12.796/2013 tornou a educação infantil
obrigatória para crianças de quatro a cinco anos, garantindo mais direitos desde
a primeira infância. No campo pedagógico, as Diretrizes Curriculares Nacionais
(DCNs), de 1999, e sua revisão de 2009, reforçaram a ideia de que as crianças
são protagonistas da aprendizagem. Já a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) estabeleceu os “campos de experiências” como base para as práticas
pedagógicas na educação infantil (Brasil, 2018).
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Nesse contexto, entre os principais fundamentos considerados na
elaboração deste curso, ressaltam-se as Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação Infantil (DCNEIs), de cumprimento obrigatório, estabelecidas pela
Resolução n. 5/2009, do Conselho Nacional de Educação/Comissão de
Educação Básica (CNE/CEB). No artigo 9º, as DCNEIs indicam que, tendo como
princípios orientadores as interações e o brincar, as atividades pedagógicas que
estruturam o currículo da educação infantil devem proporcionar uma ampla
diversidade de vivências, incluindo aquelas que:
[...] II - favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o
progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão:
gestual, verbal, plástica, dramática e musical;
III - possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e
interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes
e gêneros textuais orais e escritos [...] (Brasil, 2009, p. 4).
Tais orientações evidenciam o compromisso com uma educação infantil
que reconhece as múltiplas formas de expressão e linguagem como essenciais
ao desenvolvimento integral da criança. Isso coaduna com a proposta do LEEI,
um programa criado pelo Governo Federal para implementar e promover a
formação continuada de profissionais da educação infantil no fortalecimento de
práticas pedagógicas com incentivo ao desenvolvimento da linguagem oral,
leitura e escrita das crianças de forma autônoma e criativa.
Ao propor práticas pedagógicas que valorizam a escuta, a criatividade e a
experimentação, a Resolução n. 5/2009 reafirma a centralidade da criança como
sujeito ativo em seu processo de aprendizagem, em consonância com uma
perspectiva lúdica, inclusiva e significativa de ensino.
Dessa forma, este estudo apresenta um relato de experiência, fruto da
formação de professores no curso LEEI/MT, no qual se implementa e incentiva
a oralidade, práticas de leitura e escrita na educação infantil de forma autônoma,
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com mediação de professores da rede municipal de ensino. A escolha por
escrever este relato se justifica pela relevância do projeto LEEI/MT, levando em
consideração a importância deste programa e a aplicabilidade da proposta do
curso em sala de aula com os pequenos. Ademais, buscamos refletir sobre a
eficácia dessa política no contexto educacional.
A questão norteadora deste trabalho foi entender de que forma o projeto
“Sarauzinho: Literatura e brincadeiras mato-grossenses”, desenvolvido a partir
do curso LEEI, contribuiu para a superação de desafios e a promoção de avanços
nas práticas de leitura e escrita na educação infantil de Rondonópolis/MT,
considerando a valorização da cultura local e o protagonismo infantil. Dessa
forma, o objetivo geral deste relato é analisar como o projeto “Sarauzinho:
Literatura e brincadeiras mato-grossenses”, implementado a partir da formação
do curso LEEI, impactou as práticas pedagógicas de professores da educação
infantil em Rondonópolis/MT, destacando os desafios e avanços na promoção
da leitura, escrita e identidade cultural. Os objetivos específicos são: identificar
de que forma a integração da cultura mato-grossense no projeto “Sarauzinho”
ampliou o repertório linguístico e simbólico das crianças, conforme os princípios
do LEEI; avaliar os desafios enfrentados pelos professores na articulação entre
as propostas do curso LEEI, as diretrizes da BNCC e as especificidades culturais
do território de Rondonópolis/MT e; refletir sobre o papel do protagonismo
infantil e das práticas lúdicas (como brincadeiras e saraus) na efetivação de uma
abordagem significativa da leitura e escrita na educação infantil.
Método
Quanto à metodologia, trata-se de um relato de experiência com
abordagem qualitativa com foco na interpretação e compreensão dos fatos,
explorando aspectos subjetivos e contextuais dos documentos lidos e
analisados, baseado na observação direta e na participação ativa nos processos
formativos do curso.
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Implementação do projeto “Sarauzinho: literatura e brincadeiras mato-
grossenses” - LEEI na Rede Municipal de Ensino
O início da implementação do projeto “Sarauzinho: literatura e
brincadeiras mato-grossenses” na rede municipal de ensino de
Rondonópolis/MT representa um passo importante no fortalecimento das
práticas pedagógicas que valorizam a cultura local e promovem o
desenvolvimento integral das crianças na educação infantil. Com base nos
princípios estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o projeto
articula experiências significativas de aprendizagem aos direitos de conviver,
brincar, participar, explorar, expressar e se conhecer, que são fundamentais para
a formação de sujeitos críticos, sensíveis e participantes de sua comunidade
(Brasil, 2018).
A proposta do “Sarauzinho” promove o resgate e a valorização de
expressões culturais tradicionais, como parlendas, adivinhas, brincadeiras
cantadas e poesias, integrando-as ao cotidiano escolar. Ao fazer isso, o projeto
estimula a curiosidade, a imaginação, o gosto pela leitura e pela oralidade,
permitindo que as crianças desenvolvam habilidades linguísticas e cognitivas
por meio do brincar e da expressão corporal. Essas manifestações culturais se
tornam, assim, recursos potentes para o letramento inicial e para a construção
de vínculos identitários e afetivos com o território em que vivem.
A proposta dialoga com o entendimento de que o acesso à cultura local
fortalece o senso de pertencimento e amplia o repertório simbólico das crianças.
Com a organização de coletâneas individuais de textos memorizáveis, como
poesias e brincadeiras populares, as crianças se tornam protagonistas de seus
processos de aprendizagem e iniciam seus contatos com o sistema de escrita
de maneira lúdica e significativa.
A fundamentação teórica do projeto encontra respaldo em autores como
Vygotsky (1997) e Kramer (2002). Vygotsky (1997) defende que o
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desenvolvimento da linguagem e do pensamento ocorre por meio da mediação
social, sendo o brincar uma atividade central para a aprendizagem. Kramer
(2002) aponta que a inserção da cultura no ambiente escolar contribui para a
construção da identidade das crianças e para o reconhecimento de seus
saberes.
Dessa forma, o projeto “Sarauzinho: literatura e brincadeiras mato-
grossenses” fortalece o compromisso da escola com uma educação que
respeita a diversidade cultural, promove o desenvolvimento integral das crianças
e reconhece o território como fonte legítima de saber. A iniciativa valoriza o
brincar como linguagem essencial da infância e reconhece o papel da escola
como espaço de preservação, celebração e recriação das manifestações
culturais locais.
A experiência de realização do “Sarauzinho: literatura e brincadeiras mato-
grossenses” foi marcada por entusiasmo, envolvimento coletivo e muita
sensibilidade. Desde os primeiros ensaios até o dia do evento foi possível
perceber um crescente engajamento das crianças, que demonstraram interesse
genuíno pelas manifestações culturais apresentadas e construídas durante o
projeto. Os educadores atuaram como mediadores atentos, valorizando as
ideias trazidas pelas crianças, respeitando seus tempos e incentivando a
autonomia na escolha das poesias, cantigas e brincadeiras que seriam
apresentadas.
O evento foi organizado em um espaço preparado com muito cuidado,
com elementos visuais e sonoros que remetiam à cultura regional, como tecidos
coloridos, instrumentos musicais e objetos do cotidiano mato-grossense. As
crianças participaram ativamente da ambientação, contribuindo com desenhos,
pinturas e registros das vivências nos ateliês. Esse envolvimento gerou um forte
sentimento de pertencimento e alegria em compartilhar com as famílias e
colegas aquilo que haviam aprendido e vivido ao longo do percurso pedagógico.
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Durante o sarau, as apresentações aconteceram de forma espontânea e
fluida, respeitando a individualidade de cada criança. Houve leitura de poemas,
encenação de histórias, cantigas entoadas em grupo e brincadeiras de roda.
Algumas crianças, antes mais tímidas, surpreenderam ao se expressar com
confiança diante do público, revelando o quanto o espaço seguro e acolhedor
proporcionado pelo projeto contribuiu para o fortalecimento da autoestima e da
expressão pessoal.
Ao final do evento, foi promovido um momento de conversa coletiva, no
qual crianças, educadores e familiares puderam compartilhar impressões sobre
o que foi vivenciado. Esse momento de escuta e reflexão permitiu identificar os
avanços obtidos no projeto, as aprendizagens significativas e as possibilidades
de continuidade das práticas culturais no cotidiano escolar.
A vivência do “Sarauzinho” reafirmou que a valorização da cultura local,
associada a práticas pedagógicas lúdicas e inclusivas, é um caminho potente
para o desenvolvimento integral das crianças. O projeto promoveu
aprendizagens cognitivas, emocionais e sociais, em consonância com os
princípios da BNCC e com a teoria histórico-cultural, demonstrando que a escola
pode - e deve - ser um espaço de celebração da infância, da cultura e da
construção coletiva do conhecimento.
Tivemos a experiência do projeto “Ateliê Bem Olhar das Crianças”, que
revela uma prática pedagógica rica, sensível e profundamente conectada à
realidade cultural das crianças da educação infantil, com vários pontos positivos
que merecem destaque. O projeto teve como ponto de partida a literatura, com
apoio do programa LEEI/MT, que forneceu recursos formativos e livros voltados
à promoção da leitura, escrita e cultura. A partir daí, foi desenvolvido um
processo pedagógico integrador, com foco especial na cultura mato-grossense,
utilizando poesias, parlendas, brincadeiras cantadas e adivinhas como
elementos centrais para fomentar o aprendizado.
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O ápice da proposta foi a realização do “Sarauzinho: literatura e
brincadeiras mato-grossenses”, no qual as crianças, após uma vivência intensa
com elementos da cultura regional, puderam se expressar em apresentações
orais e corporais. As atividades foram acompanhadas de registros contínuos
das falas e percepções infantis, que serviram como instrumentos de análise
qualitativa do impacto do projeto.
Identificamos pontos positivos, como a integração da cultura local ao
currículo escolar. O projeto valoriza e resgata elementos da cultura mato-
grossense, promovendo o pertencimento e a identidade cultural das crianças
desde a primeira infância. Essa ligação direta entre o conteúdo escolar e o
território no qual as crianças vivem é um grande diferencial pedagógico. Outro
ponto positivo foi o foco no desenvolvimento integral, pois, a proposta
contempla aspectos cognitivos, emocionais, sociais e linguísticos. O uso da
oralidade, da escuta e da expressão corporal nas atividades garante uma
abordagem holística do desenvolvimento infantil.
Percebemos também o protagonismo das crianças. A escuta ativa das
ideias e percepções das crianças, bem como sua participação em rodas de
conversa, ateliês e apresentações, o que coloca os alunos como sujeitos do
processo de aprendizagem, fortalecendo sua autonomia e autoestima.
Consideramos muito boa a metodologia baseada na investigação e reflexão,
pois o levantamento de saberes prévios, as perguntas orientadoras e os registros
das interações demonstram uma prática docente investigativa e reflexiva, em
que o conhecimento é construído a partir das experiências reais e significativas
das crianças.
Ponderamos a promoção da linguagem e expressão, por avaliarmos que
as atividades propostas impulsionaram nas crianças o desenvolvimento da
linguagem oral, da criatividade e da capacidade de narrar, relatar e expressar
sentimentos — competências fundamentais na educação infantil. Ainda, tornou
a vivência lúdica e encantadora, pois o projeto explora o lúdico de forma potente,
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por meio de brincadeiras e literatura, encantando as crianças e mantendo o
interesse e a curiosidade vivos durante todo o processo.
A experiência descrita é satisfatoriamente estruturada, inovadora e bem
ancorada em princípios educacionais contemporâneos. Mostra como é possível
articular as diretrizes curriculares com a realidade cultural dos alunos,
promovendo um aprendizado mais significativo e afetivo. O projeto ensina
conteúdos e consegue, desde a educação infantil, formar sujeitos com
identidade cultural fortalecida, ampliando suas habilidades comunicativas e
sociais. A culminância com o “palco” de apresentações representa mais do que
uma atividade final: é um momento de visibilidade, reconhecimento e celebração
do saber infantil, que legitima a experiência vivida pelas crianças e enriquece a
prática pedagógica.
Dando continuidade à análise da experiência vivenciada no projeto “Ateliê
Bem Olhar das Crianças”, é importante destacar como sua implementação nas
escolas do campo - especialmente no contexto do Sarauzinho Cultural - ampliou
ainda mais o alcance e a profundidade da proposta pedagógica. O projeto
promoveu o desenvolvimento integral das crianças, bem como fortaleceu os
vínculos entre escola, cultura e natureza, respeitando as especificidades do
território rural e seu papel formador na identidade infantil.
A realização do Sarauzinho Cultural nas escolas do campo representou
um avanço no sentido de construir uma educação verdadeiramente
contextualizada, que valoriza as experiências vividas pelas crianças fora da sala
de aula, em suas comunidades, sítios, roças e quintais. As referências culturais
e ambientais se tornaram parte central do processo de aprendizagem,
mostrando que a escola não é um espaço isolado, mas um prolongamento do
território vivido. Nesse contexto, a literatura regional e os elementos da oralidade
- como causos, cantigas, parlendas e poemas de autores locais - foram
ferramentas fundamentais para criar pontes entre o saber tradicional e o saber
escolar. As crianças puderam, assim, ouvir histórias que dialogam com seu
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cotidiano, como as que falam do Pantanal mato-grossense, dos animais da
região, das festas populares e das paisagens que cercam suas casas.
A proposta possibilitou que cada criança se reconhecesse nos textos e
nas atividades, despertando o sentimento de pertencimento, orgulho e
valorização de suas origens. Por meio de fantasias, dramatizações, desenhos e
encenações, elas interpretaram os elementos da cultura local e os
ressignificaram com sua criatividade e imaginação. Esse exercício de expressão
simbólica reforça a construção da identidade e promove uma formação mais
sensível e crítica.
Outro ponto de destaque foi a integração com a natureza e as práticas
ambientais do cotidiano rural. Ao utilizar recursos como o plantio de mudas, a
observação da fauna e flora local e a discussão sobre o uso dos recursos
naturais, o projeto trouxe a educação ambiental para o centro da experiência
pedagógica. As crianças, ao vivenciarem diretamente essas atividades,
passaram a compreender a importância da preservação e do cuidado com o
meio ambiente, desenvolvendo um olhar mais atento e respeitoso sobre a
relação entre cultura e natureza. O campo, nesse sentido, não foi apenas pano
de fundo, mas protagonista ativo do processo educativo.
Portanto, o projeto Sarauzinho Cultural, ao unir literatura, cultura regional
e vivências ambientais, apresentou-se como uma experiência potente, sensível
e transformadora. Ele respeitou e ampliou o repertório cultural das crianças,
reconhecendo nelas sujeitos de saber e de cultura. Por meio do diálogo entre
escola e território, entre linguagem e ambiente, promoveu um aprendizado
verdadeiramente significativo e contextualizado. Essa prática revela o quanto é
necessário e possível que a educação infantil - tanto nas cidades quanto no
campo - seja um espaço de valorização da diversidade cultural, de promoção da
criatividade e da escuta ativa das crianças. Mais do que um evento pontual, o
Sarauzinho se mostrou uma ferramenta pedagógica estratégica para formar
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sujeitos críticos, sensíveis e conscientes de sua identidade e de seu lugar no
mundo.
A seleção de episódios durante o desenvolvimento do projeto Sarauzinho
Cultural foi orientada pela observação atenta das interações entre as crianças,
especialmente em momentos nos quais seus interesses emergiam de forma
espontânea ou provocada por estímulos pedagógicos. Conforme Pedrosa e
Carvalho (2005), um episódio é compreendido como uma sequência interativa
clara, na qual é possível identificar um início e um desdobramento articulado em
torno de um fato ou atividade. Com base nesse entendimento, foram priorizados
episódios que dialogam diretamente com o projeto coletivo, favorecendo a
escuta das crianças e a construção compartilhada do conhecimento.
A etapa de sensibilização marcou o início efetivo do envolvimento das
crianças com o projeto. A professora iniciou o processo com a apresentação de
poemas de autores mato-grossenses, como Manoel de Barros e Ivens Cuiabano
Scaff, dois nomes fundamentais na literatura brasileira, especialmente na cultura
mato-grossense, cujas obras refletem a rica diversidade de Mato Grosso.
A poesia de Manoel de Barros, com sua sensibilidade para o universo
natural e a valorização da linguagem simples e inventiva, dialoga com o objetivo
do projeto Leitura e Escrita na Educação Infantil (LEEI), que busca promover uma
educação sensível, criativa e conectada com as experiências cotidianas das
crianças. Barros, com sua habilidade de transformar o comum em extraordinário,
inspira práticas pedagógicas que estimulam a imaginação e a reflexão crítica.
Já Ivens Cuiabano Scaff, com sua produção literária e educacional, reflete
sobre as questões culturais e identitárias do Centro-Oeste brasileiro, trazendo à
tona a importância de reconhecer e valorizar as especificidades culturais locais,
algo essencial no LEEI, que também se propõe a trabalhar com as diversidades
e os saberes regionais. A escolha desses autores teve a intenção de introduzir,
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de forma lúdica e sensível, elementos da cultura local, despertando curiosidade
e identificação das crianças com o estado de Mato Grosso.
Percebendo o interesse gerado, a professora ampliou o repertório visual
e espacial das crianças ao apresentar o mapa do Brasil, localizando
geograficamente o estado de Mato Grosso. Esse momento possibilitou o início
de uma aproximação mais concreta com o território, gerando identificação e
despertando memórias e conhecimentos prévios das crianças. Uma roda de
conversa foi então organizada, na qual elas compartilharam o que sabiam sobre
o estado. O diálogo foi enriquecido com registros no quadro-negro de palavras
mencionadas pelas crianças, como “onça”, “tucano”, “arara” e “pantanal”. Essas
palavras funcionaram como gatilhos de memória afetiva e cultural, sendo
posteriormente usadas como base para uma atividade de expressão gráfica, na
qual as crianças desenharam livremente a partir das imagens evocadas.
O processo de sensibilização continuou com a leitura do poema “Mil
Pássaros pelo Céu”, de Ruth Rocha. Embora a autora não seja mato-grossense,
a escolha do texto reforçou a valorização da linguagem poética como recurso
estético e expressivo. A leitura instigou a escuta atenta, a imaginação e a
apreciação da sonoridade das palavras, marcando um momento de fruição
literária no grupo.
Em outro momento significativo, durante as brincadeiras no espaço da
escola, a professora retomou o diálogo com as crianças, organizando uma nova
roda de conversa. A proposta foi que as crianças compartilhassem as
brincadeiras que conheciam e as regras envolvidas em cada uma delas. Essa
troca espontânea gerou um inventário coletivo, que foi registrado no quadro, com
brincadeiras como pega-pega, amarelinha, “Fui à feira”, “Cinco Marias”, “Corre
Cutia” e “Andoleta”. Essa atividade revelou os repertórios culturais das crianças
e suas vivências fora da escola, fortalecendo o vínculo entre os contextos
educativo e familiar.
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Para sistematizar o trabalho, a professora dividiu a turma em dois grupos.
Cada grupo foi convidado a escolher uma brincadeira e a definir suas regras,
promovendo a escuta mútua, a negociação coletiva e o exercício da autonomia.
Em paralelo, cada criança foi convidada a fazer um desenho representando sua
brincadeira preferida, o que proporcionou uma rica produção gráfica e favoreceu
o reconhecimento das diferenças de gosto e interesse entre os colegas.
Esse processo culminou com uma nova proposta feita às crianças:
realizar uma pequena pesquisa sobre artistas e poemas de Mato Grosso, assim
como explorar mais a fundo as brincadeiras tradicionais, para integrá-las à
apresentação final do Sarauzinho Cultural, a ser compartilhada com outras
crianças da escola. A ideia foi bem recebida pelo grupo, demonstrando
envolvimento, entusiasmo e senso de pertencimento ao projeto coletivo.
Antes de avançar para etapas mais elaboradas, a equipe pedagógica
considerou essencial organizar uma coleção de textos, poemas e autores mato-
grossenses, com o intuito de ampliar o contato das crianças com a literatura
regional. Essa curadoria buscou garantir uma base sólida de referências
culturais, permitindo que as crianças tivessem acesso, em diferentes momentos
do projeto, a materiais que enriquecessem suas produções e suas leituras de
mundo.
Dando continuidade ao processo de desenvolvimento do projeto
pedagógico, a etapa de construção da narrativa encorajadora representou um
momento importante para aprofundar os vínculos entre as experiências das
crianças, os conteúdos culturais regionais e a produção simbólica coletiva. Essa
fase foi planejada como uma oportunidade para que as crianças se vissem como
sujeitos criadores, capazes de construir significados a partir de suas vivências,
desejos e imaginação, em diálogo com os elementos culturais previamente
explorados.
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As chamadas narrativas encorajadoras, como definido por referenciais
pedagógicos contemporâneos, são estratégias discursivas que servem como
mediações do vivido, possibilitando a expressão de diferentes formas de
subjetividade – tanto em nível individual quanto coletivo – nos contextos de
socialização infantil. Fundamentadas na apresentação de elementos culturais
(situações-problema, histórias, poemas, músicas, imagens, metáforas, entre
outros), essas narrativas são organizadas como situações reais ou fictícias
semiabertas, que instigam a participação das crianças na criação de novos
enredos e sentidos
Conclusão
A pergunta central deste trabalho - compreender de que forma o projeto
Sarauzinho: Literatura e brincadeiras mato-grossenses, desenvolvido a partir do
curso LEEI, contribuiu para superar desafios e promover avanços nas práticas de
leitura e escrita na educação infantil de Rondonópolis/MT, considerando a
valorização da cultura local e o protagonismo infantil - é respondida por meio de
uma análise que revela, por um lado, obstáculos estruturais e, por outro,
conquistas pedagógicas significativas. Com base nas reflexões desenvolvidas e
nos resultados obtidos, é possível afirmar que a implementação das propostas
do LEEI no contexto de Rondonópolis/MT se configura como um processo
desafiador, porém promissor.
Entre os desafios identificados, destacam-se a necessidade de maior
tempo para planejamento coletivo, a escassez de materiais didáticos
específicos sobre a cultura local e a insuficiência de políticas públicas contínuas
voltadas à formação continuada dos professores da educação infantil. Esses
obstáculos, contudo, não impediram que as práticas formativas promovidas pelo
curso LEEI gerassem impactos positivos nas rotinas pedagógicas. Os episódios
apresentados demonstram que, ao serem instigadas pela formação continuada,
as professoras foram capazes de reconfigurar suas práticas, promovendo
experiências de leitura e escrita que respeitam a infância como tempo de
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imaginação, escuta e criação. Como evidencia o Caderno 8 do LEEI, a produção
acadêmica impulsionada por formações como essa “tem propiciado um maior
conhecimento acerca das práticas pedagógicas [...]” (Brasil, 2016, p. 29),
contribuindo para a ampliação de perspectivas sobre as culturas infantis.
A análise das atividades desenvolvidas no projeto evidencia avanços
significativos, como a valorização das múltiplas linguagens infantis, a integração
da literatura regional no cotidiano escolar e o fortalecimento do protagonismo
das crianças por meio da produção autoral e da partilha coletiva de saberes. Tais
conquistas são resultado direto da mobilização docente em torno de uma
proposta formativa que reconhece a criança como sujeito de direitos, capaz de
produzir cultura e conhecimento. Coadunamos com o que afirma o Caderno 8 do
LEEI, ao destacar que,
[...] tais práticas precisam ser sensíveis e levar em conta as suas
curiosidades, interesses e desejos, não perdendo de vista que as
aprendizagens propiciadas por essas experiências devem contribuir para
promover o desenvolvimento integral de crianças de zero a cinco anos de
idade, retomando o objetivo da educação infantil proposto desde a LDB
(Brasil, 2016, p. 29).
A formação continuada oferecida pelo LEEI se mostrou potente ao
proporcionar espaços de reflexão sobre a prática, promovendo o diálogo entre
teoria e ação, e ampliando a consciência pedagógica dos professores
participantes. Nesse sentido, os objetivos específicos do presente relato -
analisar os impactos da formação do Curso LEEI nas práticas pedagógicas e
refletir sobre as dificuldades e potencialidades da formação continuada - foram
plenamente contemplados, pois permitiram compreender como o investimento
na formação docente pode transformar o modo como a leitura e a escrita são
vivenciadas na educação infantil.
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O Caderno 8 afirma que “a profissionalização docente requer que a
formação seja contínua. [...] ser professora implica um processo permanente de
(re)construção tanto de nossa prática educativa quanto de nossa identidade
profissional e pessoal” (Brasil, 2016, p. 78). Nesse contexto, a formação
continuada se configura como um caminho essencial para a construção de
práticas pedagógicas mais reflexivas e conscientes.
Ainda de acordo com o Caderno 8 do LEEI, os percursos de vida e a
formação dos indivíduos podem ser compreendidos como uma memória
compartilhada, que integra passado, presente e futuro, oferecendo uma base
para a reflexão crítica e para a construção de novas possibilidades. Relatar as
experiências vividas, nesse sentido, tem o potencial de transformar a maneira
como os sujeitos se percebem e se relacionam com os outros, favorecendo a
construção de consciências críticas e voltadas à emancipação. Essa abordagem
permite que cada pessoa se reconecte com sua trajetória, analise criticamente
seu percurso e projete novos horizontes para o futuro.
Concluímos, portanto, que o LEEI tem desempenhado papel fundamental
na ressignificação da literatura e da linguagem escrita na educação infantil,
promovendo avanços concretos na qualidade das experiências escolares.
Apesar dos desafios que persistem e demandam atenção das políticas públicas,
os resultados obtidos reafirmam a importância de formações continuadas
contextualizadas, que dialoguem com a realidade docente e valorizem os
saberes e culturas das comunidades escolares. Como reforça Nóvoa (1992), a
formação de professores deve ser entendida como um processo contínuo de
reflexão e transformação. O percurso trilhado por este projeto aponta, assim,
para uma educação infantil mais sensível, significativa e comprometida com o
desenvolvimento integral das crianças.
Além disso, é necessário destacar o papel central que o projeto
Sarauzinho desempenhou ao potencializar a cultura local como elemento
estruturante das práticas pedagógicas na educação infantil. A inserção de
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brincadeiras, músicas, narrativas orais e expressões populares, típicas de Mato
Grosso, possibilitou um resgate das tradições regionais e favoreceu o
sentimento de pertencimento das crianças ao seu território.
Essa conexão afetiva e simbólica com o contexto local contribui
significativamente para o fortalecimento da identidade cultural desde os
primeiros anos escolares, o que se mostra fundamental em uma sociedade
marcada pela pluralidade e, ao mesmo tempo, por processos de apagamento
cultural. Ao permitir que os pequenos reconhecessem e compartilhassem
histórias de seus avós, expressões do cotidiano e cantigas regionais, o projeto
promoveu um ambiente educativo mais próximo da realidade vivida pelas
famílias e comunidades envolvidas. Trata-se, portanto, de uma prática que
rompe com modelos pedagógicos engessados e que muitas vezes
desconsideram os saberes populares, abrindo espaço para uma pedagogia da
escuta e da presença, conforme propõe Bondía (2002), em que o conhecimento
se constrói no encontro entre sujeitos e contextos.
Outro aspecto relevante a ser enfatizado diz respeito ao fortalecimento do
protagonismo infantil observado ao longo do projeto. A literatura e a brincadeira,
entendidas como linguagens legítimas da infância, foram exploradas como
recursos didáticos e como formas de expressão e autoria das crianças. Isso
ficou evidente nos momentos em que os pequenos foram convidados a criar
histórias coletivas, dramatizar cenas inspiradas em contos mato-grossenses ou
reinventar jogos tradicionais.
Nesses episódios, percebe-se o deslocamento da figura da criança de
uma posição passiva para o centro da ação pedagógica, reconhecendo-a como
sujeito criador de sentidos. Essa mudança de perspectiva pedagógica encontra
respaldo nos pressupostos da BNCC, que valoriza o direito das crianças à
participação e à escuta ativa. O Sarauzinho, nesse sentido, representou uma
experiência concreta de materialização desses princípios, demonstrando que é
possível aliar currículo, cultura e infância de forma potente e transformadora. Os
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registros reflexivos produzidos pelas professoras ao longo do curso também
revelam o quanto essa experiência foi significativa para a ressignificação de
suas práticas e para o fortalecimento de vínculos afetivos com as crianças e
entre as equipes escolares, promovendo uma cultura de colaboração e
aprendizagem coletiva.
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